quarta-feira, 19 de maio de 2010

PROCURA


TE PROCUREI EM TANTAS BOCAS...
TE PROCUREI EM TANTOS ROSTOS,
E EU JÁ TE CONHECIA.

TE PROCUREI PELO MUNDO
TE PROCUREI POR TODA MINHAVIDA,
E TUA VIDA DEU INÍCIO A MINHA.

TE PROCUREI MENINA,
TE ENCONTREI MULHER.

TE PROCUREI ANSIOSO E AFOITO
E TE ENCONTREI NA CALMARIA.

TE PROCUREI TANTO,
QUE JÁ NÃO ESTAVA MAIS ACREDITANDO...
E TE ENCONTREI AO ACASO,
COMO SE, TAMBÉM, ESTIVESSES ESPERANDO.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

PRESENTE

RE-ENCONTROS


"Ela não sabia que aquele seria um outro dia,um dia diferente de todos os outros,aquele que guardaria em seu bôjo de solum clarão capaz de iluminar o coração,despertar os sentidos ...Era meio da manhã, e ele bateu à sua porta.Quando ela o viu, quando ele a viu,em cada olhar calou-se um mudo espanto,e a emoção se fez de um doce encanto,como se fosse um terno reencontro,sem que eles nunca houvessem estado juntos antes ...Ó êxtase da alma que se reconhece em outra alma,que soluça uma saudade secular ,uma separação sofrida no silêncio dos sentidos,e que se vê diante do impossível,tateando entre lembranças bordadas no invisível !Naquele instante, o tempo já não fez sentido.Definitivamente, eram um par ! Inesquecíveis parceirosde uma valsa que ficou suspensa entre os arcos da existência,cúmplices de afetos jurados para a eternidade,súplices de uma ternura que os reunisse uma vez mais... .Ele a tomou num terno abraço, e em seus braçosela sentiu a inequívoca dor dos que permanecem apaixonados,a insuportável urgência da saudade,uma outra verdade a brotar dentro de si ...Naquela manhã, no primeiro instante em que se viram,ambos souberam que já se conheciam,ambos sentiram que se reconheciam,ambos partiram todos os laços que os prendiam à realidade e,silenciosamente, embora cumprindo outros papéis,embora escravos de uma outra liberdade,eles se amaram como sempre amaram,e de um segundo fez-se a eternidade. "

Reencontro, uma partícula do presente que desfaz a saudade…

"Um tempo ausente e tudo muda.

O mundo muda… a gente muda, a mente muda e nem sempre se percebe como tudo aconteceu, dada a sutileza do tempo.

Mas basta um reencontro para antigas sensações explodirem no peito. Para que as lembranças sejam reavivadas e você relembre o quanto sabe do outro e como sua companhia lhe faz bem..."

Eterno mestre

Se é possível obter água cavando o chão,

se é possível enfeitar a casa,

se é possível crer desta ou daquela forma,

se é possível nos defendermos do frio ou do calor,

se é possível desviar leitos de rios, fazer barragens,

se é possível mudar o mundo que não fizemos, ou da natureza,

Por que não mudar o mundo que fazemos:

o da cultura, o da história, o da política?

(Paulo Freire, 2000)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Passagem das Horas

"Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero."

(Passagem das Horas, Fernando Pessoa - poesia de Álvaro de Campos)

Definitivo

Definitivo
(Carlos Drummond de Andrade)

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

É só o A M O R...

"O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor.."

V A L O R


“O valor das coisas não está no tempo que elas duram mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.

Fernando Pessoa

Nada é por acaso...

Cada um que passa em nossa vida passa sozinho ...
Porque cada pessoa é única para nós, e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só ...
Levam um pouco de nós mesmos e nos deixam um pouco de si mesmos.
Há os que levam muito, mas há os que que não levam nada.
Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida ...
A prova tremenda de que cada um é importante e que ninguém se aproxima do outro por acaso ...

Saint Exupery